quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

"... sabe que o show de todo artista tem que continuar."



Sabem aquele filme que te prende completamente? Foi assim com "Elis", que assisti hoje. Meia dúzia de gatos pingados no cinema... e eu. Um deleite. Um vôo. Uma obra cinematográfica que te leva numa viagem interior. Aquela vontade quase irresistível de cantar todas as músicas a plenos pulmões. Se um filme já faz isso com a gente, me pergunto como deviam ser os shows dessa pimentinha.

E que história! De uma intensidade absurda! Elis era daquelas artistas tomadas pela arte por inteiro e, ao menos pelo que o filme nos mostra, em constante conflito consigo mesma, com sua arte e com o mundo ao seu redor. Seu ser artista explodia. Sua sensibilidade jorrava na voz e nela toda, inteira.

Eu não tenho grandes conhecimentos sobre cantora, sua vida e sua história. Sou incapaz de dizer o quanto o filme foi ou não fiel aos fatos. Entretanto, como simples expectadora, posso contar que mergulhei nessa história, me angustiei, ri, lamentei, em alguns momentos perdi o ar.

Filmes que contam as vidas de grandes artistas geralmente expressam esse universo quase paralelo em que vivem. Eles não cabem no mundo. Mais cedo ou mais tarde a arte, a grande sensibilidade de que são feitos extrapola. E, infelizmente, muitas vezes, nem eles são capazes de evitar sucumbir a ela.

Saí do cinema pensando nesse meu cantinho meio esquecido. Ansiava escrever sobre o que vi. O desejo de colocar para fora tudo de que fui tomada era imenso. Não sei que angústia é essa que brotou. Talvez a interpretação maravilhosa de Andreia Horta ou a vida cheia de pontos e contrapontos da Elis. Talvez a voz original da cantora utilizada no filme ou as letras e arranjos das músicas que passaram a fazer ainda mais sentido com a contextualização na história da cantora.

Não sei explicar a força desse filme. Só sei que saí do cinema com um buraco aqui dentro e uma sensação que não sei explicar. Pode ter sido por causa do final (me contendo para não dar spoilers. rs) ou pelo todo mesmo (porque já tinha registrado na mente o título dessa postagem no momento em que ela foi cantada no filme), só sei que alguma coisa diferente aconteceu.

Deve ser a arte! O poder e a força da arte! Essa coisa que mexe com a gente por dentro, que revira do avesso e coloca de volta no direito. Que nos põe em contato com o que temos de melhor e de pior.

Querem saber de uma coisa? Não adianta ficar falando aqui. Vejam o trailer e corram para o cinema mais próximo! Depois me contem como se sentiram. ;)